A importância da trilha sonora para o audiovisual

A importância da trilha sonora no audiovisual

O audiovisual, como o próprio nome já diz, é a junção entre as imagens em movimento e a sonoridade, ou seja, existe um balanceamento entre o visual e o auditivo. A trilha sonora nos proporciona uma percepção de diferentes compreensões sobre um filme. Pense no filme “O Iluminado”, de 1980 do diretor Stanley Kubrick; se você assistisse a abertura do filme sem som, apenas com as imagens, o que você pensaria ou sentiria? Provavelmente um ambiente de harmonia com uma família feliz indo viajar, não é? Pois bem, quando ligamos o som e sentimos os efeitos da trilha sonora, percebemos que a ideia de harmonia é completamente equivocada, já que ao escutarmos a trilha sonora de abertura, percebemos para além das imagens que o filme trará um enredo de inquietação e medo.

De acordo com o cineasta e compositor, Beto Strada: “fazer cinema não é só filmar, tem que saber sonorizar”. Através do som, o filme ganha heterogeneidade e emoção, contribuindo com uma sensação de verossimilhança entre as imagens e o som.

Trilha sonora no audiovisual

Desde a exibição do primeiro filme no cinema, com os irmãos Lumière, o som se tornou indispensável para o entendimento e fixação da atenção do espectador, com exceção do Cinema Mudo, onde se introduziam técnicas fortemente herdadas do teatro para expressar emoções e sentimentos, como nos filmes “Tempos Modernos” e “O Grande Ditador, do ator e diretor Charlie Chaplin.

Contudo, alguns estudiosos acabam se esbarrando quando o tema é o som. Para Rodrigo Carreiro, professor de pós-graduação em comunicação e bacharel em cinema e audiovisual na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Nunca houve esse tal cinema mudo. Nós fazíamos o filme, exibíamos numa sala de projeção e saíamos decepcionados. Parecia horrível. […] Mas então, o mostrávamos em um teatro, com uma garota tocando piano, e isso fazia toda a diferença do mundo. Sem a música, não existiria uma indústria de cinema.”

Sendo assim, com o avanço da evolução tecnológica, os equipamentos de captação e edição de áudio foram se aprimorando cada vez mais e, construindo o casamento perfeito entre visualidade e sonoridade, fator essencial para a indústria cinematográfica.

É importante distinguir que a trilha sonora se difere em grande parte da trilha musical, sendo que a primeira reúne as principais linguagens sonoras e composições sonoras presentes em um filme, enquanto a segunda é apenas uma síntese de músicas que tocam durante a obra.

Quem é o responsável por uma trilha sonora?

O profissional responsável pela criação, edição e produção da trilha sonora se chama music editor. A grosso modo, esse profissional é aquele que reúne as ideias e desejos do diretor do filme, e essa construção faz com que a trilha sonora consiga expressar e moldar a narrativa de acordo com o juízo do diretor. De acordo com a professora e pesquisadora de cinema e audiovisual da Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA), “O cinema gerava o encantamento, criava no imaginário do espectador a ilusão de que podia viver o drama dos personagens, pelo poder que a imagem em movimento lhe causava. E o espectador absorveu um discurso ilusório, sem se dar conta disso. O cinema clássico acolhe o som como um elemento que dará aos filmes um lastro de realidade suplementar.”

Em alguns casos, existem alguns diretores que se encarregam propriamente em elaborar a trilha sonora, mas esses acontecimentos são raros. Comumente, é a equipe multidisciplinar e o music editor que produzem a trilha sonora.

Como ficam as emoções em uma trilha sonora?

Além de dar ênfase e destino à narrativa, a trilha sonora tem o seu papel sinestético, ou seja, a capacidade de produzir emoções e sentimentos ao longo do filme. A sonoridade em consonância com a música consegue abrir espaços em nossa memória afetiva e sentimental, esse fenômeno acontece através de estímulos sincronizados dos neurônios que ativam regiões do cérebro responsáveis pela manutenção do equilíbrio emocional. E para o nosso cérebro considerar tal trilha sonora importante, é necessário envolver algum nível de surpresa imagética ao espectador ou, do contrário, ela se torna emocionalmente vazia.

Uma trilha sonora instrumental de sentidos épicos nos remonta para uma aventura, como no filme “A Odisseia”, do diretor e roteirista Andrey Konchalovsky. Um ruído desconcertante nos leva a crer que algum perigo irá acontecer ou, uma trilha melódica que nos deixa emocionados, além daquele silêncio que acaba atordoando o espectador.

Sendo assim, os ambientes emocionais da trilha sonora, criados pelo music editor, nos levam diretamente para onde o diretor quer chegar com sua produção audiovisual.

Trilhas sonoras no cinema brasileiro

Na produção fílmica brasileira a utilização das trilhas sonoras não poderia ser diferente dos demais países, principalmente pela utilização da música popular, de estruturas e musicalidades da cultura nacional que acabam por ambientar e moldar uma temática propriamente histórica do Brasil.

Na primeira metade do século XX o audiovisual se uniu através da musicalidade e maestria de Pixinguinha, em o filme Acabaram-se os Otários, de 1929, produzido por Victor Del Picchia, onde o diretor introduziu canções como, Bem te vi e Sol do Sertão.

Esse percurso se mantém até os dias de hoje, como em filmes como Aquarius (2016), com trilha sonora simples, composta por Mateus Alves que proporciona uma ambientação própria da calmaria das praias do Recife.

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