O Design Thinking vai além da estética de produtos ou serviços. No mundo dos negócios, esse termo está relacionado a maneiras diferentes e desconstruídas de fazer e pensar, especialmente quando comparado aos modelos tradicionais.
O que é Design Thinking?
O termo significa “pensamento do design” ou “pensar como design”, referindo-se ao processo de criação crítica e criativa. Esse processo organiza ideias para estimular tomadas de decisão e a busca por conhecimento. Não é um método específico, mas uma abordagem diferente para resolver problemas e conduzir projetos.
Através dessa abordagem, criam-se condições para a equipe ter insights e consiga colocá-los em prática. O objetivo é que o processo criativo seja construído de maneira coletiva e colaborativa, reunindo todas as ideias possíveis, perspectivas e visões distintas. Segundo o Portal Sebrae, “a ideia é entrar na vida do consumidor e procurar ditar comportamentos e necessidades futuras”.
Nas empresas, é comum utilizar essa abordagem para encontrar soluções para diversos problemas. Tendo em mente várias perspectivas, é possível entender melhor os desafios. Além disso, na elaboração de novos produtos e serviços, o Design Thinking pode ser aplicado através da colaboração de todos os representantes da empresa, agregando várias opiniões que podem se tornar estratégias eficazes.
Etapas do Design Thinking
Antes de tudo, é importante compreender o problema que precisa ser solucionado a fundo. O segundo passo é analisar as soluções, escolher a melhor alternativa e planejar a sua aplicação. Assim, o processo do Design Thinking é dividido em quatro etapas principais: imersão, ideação, prototipação e desenvolvimento.
Imersão
Essa primeira etapa envolve um mergulho profundo para compreender o contexto e a realidade da empresa. É válido realizar uma análise SWOT (ferramenta de gestão para planejamento estratégico) para entender as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças da empresa. Avalie os feedbacks dos clientes, o desempenho dos colaboradores, e o cenário político e econômico. Faça uma análise abrangente de toda a conjuntura para entender melhor suas formas de atuação. Então, será mais fácil entender qual o problema que deve ser solucionado.
Ideação
Depois de mapear a situação, é o momento de reunir a equipe para gerar ideias e insights. Como o nome sugere, é hora de produzir ideias relevantes para realizar melhorias. A equipe deve se sentir à vontade para compartilhar ideias sem medo de críticas. Também é interessante trazer dados de Big Data, pois esse método, que utiliza informações de bancos de dados de servidores e empresas, pode aumentar as chances de sucesso ao gerar insights.
Prototipação
Após coletar uma boa quantidade de ideias e soluções relevantes, é hora de filtrá-las e escolher as alternativas com maior chance de sucesso. É muito importante também entender suas barreiras e separar algumas ideias e insights para um plano B.
Se você está desenvolvendo um novo produto ou serviço, esta é a hora de investir em uma versão beta, não definitiva. A partir dos testes realizados, você poderá concluir se a ideia está pronta para ser finalizada ou se necessita de mais ajustes.
Desenvolvimento
A última etapa do processo é tirar tudo do papel e colocar em prática. Nesta fase, as equipes de comunicação, marketing e comercial entram em ação. É o momento de vender a solução criada ao público, de modo que ela seja bem-aceita. O processo não termina aqui; é preciso manter um monitoramento constante para identificar pontos de melhoria e avaliar o sucesso da operação.
Empresas que adotaram o Design Thinking
Natura
A Natura precisava desenvolver produtos para cabelo 30% mais baratos que sua linha básica, além de reduzir em 50% o impacto ambiental das embalagens comparado às outras já utilizadas pela marca.
Para encontrar a solução, os pesquisadores da Natura se hospedaram na casa de consumidores para observar como eles usavam os produtos no dia a dia. Perceberam que os consumidores preferem comprar refis, pois são mais baratos e ocupam menos espaço.
Havaianas
O objetivo da Havaianas era lançar uma linha de bolsas na São Paulo Fashion Week que combinasse o espírito brasileiro da marca com uma estética mais refinada.
A marca procurou a IDEO, uma consultoria referência em Design Thinking, para conversar com pessoas do Brasil, Inglaterra, Austrália e França. O intuito era entender como a população desses países se relacionava com a Havaianas. Descobriram que os entrevistados associavam a marca à simplicidade, autenticidade, diversão, alegria e conforto.
Ambev
As vendas da marca Tônica Antárctica não estavam tão boas em relação ao potencial do mercado. Uma das hipóteses era de que os jovens não conheciam o produto, mesmo sendo a primeira água tônica do Brasil, lançada em 1914.
Em parceria com a Questtonò, uma consultoria internacional de estratégia e design, os pesquisadores foram a bares para participar de rodas de conversa com jovens. Descobriram que a nova geração está insegura em relação à vida financeira e profissional. A partir desse insight, a marca abordou o sentimento de transição para a vida adulta com a tagline “o amargo transforma”.
Existem diversos frameworks e metodologias semelhantes ao Design Thinking que podem ser incorporados ao seu modo de trabalhar para melhorar a gestão e o planejamento. Essas abordagens estruturadas permitem uma análise mais profunda dos desafios e a criação de estratégias inovadoras para resolvê-los.
Adotar o Design Thinking como abordagem em sua empresa pode gerar uma enorme diferença no futuro do seu negócio. A partir dessa estratégia, é possível encontrar soluções criativas, eficientes e econômicas para diversos problemas, desde questões internas até o lançamento de novos produtos ou serviços. Essa metodologia colaborativa e centrada no ser humano pode transformar a maneira como sua empresa opera e se relaciona com o mercado.
