O processo de rebranding do Itaú tem sido um tópico recorrente desde o final do último ano, marcando sua presença por uma campanha que se destacou em diversas mídias. Este rebranding, o mais significativo desde 1980, representou uma reação às evoluções internas da empresa. Essa movimentação foi uma resposta às transformações da empresa e, por uma feliz coincidência, celebrou seu centenário.
Além do Itaú, diversas outras marcas também passaram por mudanças no ano passado, visuais e de posicionamento. Algumas fizeram ajustes mínimos, enquanto outras optaram por uma completa renovação. Por isso, o rebranding e os novos logos se tornaram temas frequentes nas rodas de conversa de designers ou publicitários.
Mas, será que essas marcam acertaram? Os logos ficaram melhores ou piores? Cada caso é único. Em algumas situações, as alterações foram bem recebidas pelo público e trouxeram benefícios visíveis, enquanto em outras, embora funcionem visualmente, parecem perder a essência da marca. E houve também casos em que as mudanças simplesmente não foram aprovadas pelo público. Não estamos aqui para fazer julgamentos, mas sim para apresentar essas mudanças e discutir como elas se relacionam com as tendências globais.
Primeiro: o que é rebranding?
À medida que as tendências, o mercado e o público evoluem, as empresas precisam se adaptar. Uma das abordagens mais eficazes para isso é através do rebranding, um processo de reformulação ou renovação. Em resumo, o rebranding envolve alterações na identidade visual, estratégia de marca e posicionamento de uma empresa, produto ou serviço. Antes de continuar, recomendamos que você se familiarize com os conceitos de branding.
É notável a onda de rebrandings que temos testemunhado nos últimos anos. Por isso, é evidente que, no mundo pós-pandemia, muitas transformações estão ocorrendo rapidamente. Isso afeta profundamente nossa forma de relacionamento, trabalho, vida e comunicação. Essas mudanças na sociedade levam as empresas a considerarem a possibilidade e a necessidade de reavaliar suas visões e posicionamentos.
Desde 2019, observamos várias empresas passando por mudanças significativas, como Bradesco, Warner Bros, Nescau, Bauducco, entre outras. Um elemento comum entre elas tem sido a busca pelo minimalismo. A arte minimalista valoriza o uso de formas simples e essenciais, seguindo a filosofia do “menos é mais”. Embora essa onda do minimalismo não seja nova, ela se alinha perfeitamente com a sociedade contemporânea, onde somos constantemente bombardeados por informações no mundo digital.
Principais Processos de Rebranding de 2023
Itaú
Perto do final de 2023, o Itaú lançou uma campanha que causou grande impacto ao divulgar sua nova marca. Com o novo conceito “Feito de Futuro”, a empresa introduziu um novo logotipo que segue a tendência do minimalismo. Essa iniciativa de rebranding abrangeu todas as áreas de comunicação da marca, refletindo não apenas a evolução cultural e tecnológica mundial, ao mesmo tempo, em que honra o legado de uma marca que completará 100 anos em 2024.
Para impulsionar ainda mais essas mudanças, o Itaú contou com a participação de renomados artistas que compreendem como é viver no passado, no presente e no futuro. Entre eles, destaca-se a presença da icônica rainha do pop, Madonna.
Petz
O rebranding da Petz, uma das maiores marcas do universo pet, foi idealizado pelo crescimento da marca. O objetivo era unir todas suas frentes de atuação em um único ecossistema, juntando seus produtos e serviços.
O novo design foi idealizado para funcionar no online, offline, lojas físicas e site. A mudança foi grande, perdendo sua forma tridimensional característica e optando por algo mais discreto e minimalista, é claro.
Johnson & Johnson
A Johnson & Jhonson realizou um rebranding ano passado que dividiu opiniões. Principalmente, porque a marca usava o mesmo logo desde 1987 e também era um daqueles casos em que o logo tradicional estava gravado no subconsciente de todos. A mudança também foi justificada pela busca por algo mais moderno e que se adaptasse bem às todas as novas plataformas.
Nokia
Após seis décadas, a Nokia revitalizou seu logo e foi muito elogiada. Ao contrário de exemplos citados anteriormente, o logo antigo da Nokia não era facilmente lembrado pelo público. O novo design, por outro lado, estabelece uma identidade singular e notavelmente mais atualizada.
O rebranding incorporou novas cores, formas geométricas e uma tipografia moderna, todos contribuindo para uma aura tecnológica alinhada com as aspirações de reposicionamento da marca. Além da estética, A Nokia também reformulou o seu propósito: “Na Nokia, criamos tecnologia que ajuda o mundo a agir em conjunto”. Esta nova missão visa posicionar a Nokia como uma líder inovadora no espaço de tecnologia B2B.
Nos últimos anos, o fenômeno do rebranding se consolidou como uma ferramenta estratégica essencial para as marcas que buscam se manter relevantes e ressonantes com seu público-alvo em um mundo que muda rapidamente. Através dessas mudanças, empresas não apenas atualizaram sua imagem visual, mas também reafirmaram seus valores e compromissos com as demandas emergentes da sociedade e dos mercados em que atuam.
O sucesso dessas iniciativas varia conforme a recepção do público e a capacidade de cada marca em comunicar efetivamente sua nova identidade sem perder sua essência histórica. Ainda assim, o movimento em direção ao minimalismo, adotado por muitas dessas marcas, reflete uma tendência global que busca simplificar e clarificar a comunicação em um ambiente cada vez mais saturado de informações.
Olhando para o futuro, espera-se que as tendências de rebranding continuem evoluindo, impulsionadas pela necessidade das empresas de se adaptarem às novas realidades tecnológicas, sociais e econômicas. A atenção às questões de sustentabilidade, inclusão e digitalização, por exemplo, deve guiar as próximas ondas de rebranding. Portanto, o desafio para designers, publicitários e gestores de marca será o de navegar por essas tendências emergentes, equilibrando inovação com autenticidade, para criar identidades de marca que não apenas se destaquem, mas também perdurem no tempo.
